Pilares da Criação: as belezas do universo reveladas pela ciência
Recentemente a NASA, conjuntamente com a Agência Espacial Europeia (ESA), enviou ao espaço um telescópio sofisticado chamado James Webb para estudar o tempo. Sim, o tempo, principalmente do início do nosso universo conhecido.
O universo conhecido tem cerca de 14 bilhões de anos e o nosso Sistema Solar tem 4,5 bilhões. O Webb pode captar imagens com cerca de 13,6 bilhões de anos ou aos 400 milhões de anos do início da formação do que conhecemos até o momento, chamado Big Bang. Isto é possível porque as ondas de vibração (luz) emitidas naquele período estão chegando agora na Terra.
As duas imagens acima por si só já são muito bonitas, dignas de nos mostrar um pedacinho minúsculo do que é a criação divina. Não são fotografadas como antigamente, mas trabalhadas com softwares que apuram todos os fótons (partículas de luz) recebidos num intervalo de tempo sob um equipamento eletrônico dos telescópios modernos. Assim vemos uma imagem interpretada de diversos comprimentos de onda e não apenas do espectro visível.
Cabe lembrar que o mundo espiritual é composto de matéria etérica e vibração nas diversas e infinitas escalas que ainda nossos equipamentos não conseguem perceber. Quanto mais evoluída a alma, mais intensa e vibrante ou "quente" é sua própria vibração; e o oposto se percebe também. Lembramos aqui que as estrelas azuis são muito mais quentes que as amarelas, que são mais quentes que as vermelhas, o que nos traz uma interessante similaridade de vibrações e cores das auras, assunto para outro artigo.
Voltando às fotografias, ambas nos apresentam a mesma nebulosa, conhecida pelo nome Águia, que está em formação e foram tiradas por dois equipamentos diferentes: o Hubble e o James Webb, em momentos diferentes. Ela foi acertadamente chamada de "Pilares da Criação", pois trouxe a confirmação da teoria de que estas nuvens imensas formam os mundos, como aconteceu certamente com nosso próprio Sistema Solar. Cada ponto brilhante dentro destas nuvens equivale a uma nova estrela nascendo junto a sistemas planetários inteiros.
A teoria, de forma singela, nos traz que um aglomerado de gás (principalmente hidrogênio) e poeira cósmica, a partir de um certo momento, começam a se juntar pela atração da gravidade em diversos pontos ao longo destas imensas nebulosas. Com o tempo, esta massa vai aumentando e, com isto, a força de gravidade também aumenta, atraindo consequentemente mais e mais massa até chegar a um ponto em que ambas (massa e a força de gravidade) são tão grandes que ocorre a fusão nuclear e o aparecimento de uma estrela. Os planetas são formações similares que não atingiram tamanho mínimo para se transformar em estrelas.
Para se ter uma ideia das dimensões do que estamos vendo, a largura desta imagem apresenta cerca de oito anos-luz, ou seja, seriam necessários oito anos viajando a velocidade da luz para ir de um lado a outro, ou 75.000.000.000.000 km (75 trilhões de quilômetros). Caso fique mais fácil de comparar, levaria cerca de 85 mil anos viajando de carro a 100 Km/h para percorrê-la sem parar. Algo inimaginável de grande. Como comparação, nosso Sistema Solar tem apenas 11 horas-luz e a Via Láctea, a galáxia que estamos inseridos, cerca de 100.000 anos-luz.
A ação dos espíritos superiores sobre a matéria
Façamos uma breve pausa e lembremos deste trecho do livro "Harpas Eternas" (Vol.1 – capítulo - O Menino Clarividente), que diz o seguinte:
"A Legião dos Amadores (espíritos de amor puro) chegados a uma grande evolução é constituída dos habitantes do que chamamos Sétimo Céu, em cujos dois planos mais baixos, dos sete que tem cada Céu, vivem as inteligências que ainda podem tomar matéria nos mundos atrasados que elas protegem... Quando os Setenta daquela vaga evolutiva criaram, por mandato superior, esta nebulosa, entre eles ficou o encargo supremo de todos esses globos e das humanidades que haveriam de habitá-los. Como, entre esses Setenta Guias de Humanidades, se achavam inteligências pertencentes a todas as hierarquias dos mundos Superiores, necessariamente deveria existir entre todos eles a grande solidariedade que lhe é indispensável para conduzir humanidades e mundos até a meta final."
Ou seja, espíritos superiores de alta moral, através do pensamento e vontade embasados no amor, podem atuar sobre a matéria, neste caso direcionando as partículas dos aglomerados iniciais, para que através das Leis Divinas, que são também as próprias leis conhecidas da matéria (como é o caso da gravidade), possam seguir desenvolvendo e se manifestando na evolução natural dos mundos até se transformarem numa estrela, num planeta, num sistema e numa galáxia.
Neste sentido, Edgard Armond nos traz ainda em "Os Exilados de Capela" (capitulo XXII – A Passagem do Milênio):
"Como auxiliares dos Senhores de Mundos existem legiões de espíritos eminentemente sábios e altamente poderosos, que planejam o funcionamento dos sistemas siderais com milhões de anos de antecedência; outros que planejam a forma de coisas e seres, e outros, ainda, que fiscalizam esse funcionamento, fazendo com que as leis se cumpram inexoravelmente."
E complementa explicando-nos a dificuldade de se entender este extenso trabalho na condição de encarnados: "A vida humana nos mundos inferiores, por muito curta que seja, não permite que os espíritos encarnados percebam a extensão, a amplitude e a profundidade das sublimes atividades desses altíssimos espíritos; seria preciso unir muitas vidas sucessivas, numa sequência de milênios, para ter um vislumbre, conquanto ainda ínfimo, desse trabalho criativo e funcional que se opera no campo da vida infinita."
Enriquecendo um pouco mais, Emmanuel traz também:
"Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da vida universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as metas supremas, traçadas pelo Plano Divino."
(Trecho do livro "Pensamento e Vida", psicografado por Chico Xavier).
Interessante ainda lembrar que toda matéria, desde a menor partícula, possui seu equivalente no plano etérico, assim a minúscula partícula de poeira cósmica ou o menor dos átomos conhecidos (hidrogênio) são compostos também por esta semimatéria da mesma forma que o perispírito molda e junta os átomos, moléculas e órgãos na matéria corporal. É através desta semimatéria ou do fluido cósmico que os espíritos superiores podem atuar sobre qualquer partícula material, pois no fundo tudo é energia nos diversos estágios da evolução, do átomo ao arcanjo. Para entender um pouco melhor sugerimos a leitura do livro "A Gênese", de Allan Kardec (capítulo VI – Uranografia Geral).
Voltando então para os dois telescópios, temos que o Hubble está terminando sua jornada de mais de 30 anos, e nos trouxe pela primeira vez, na década de 90, a imagem pioneira, enquanto o James Webb começou a nos trazer imagens em 2022 e promete bastante. Podemos visualizar facilmente a maior quantidade de estrelas em formação identificadas da imagem do Webb.
Assim, através dos tempos, a ciência se desenvolve na razão, etapa fundamental para a evolução do pensamento. Apesar disto, podemos achar de forma equivocada que temos que continuar encarnando até ter o domínio completo da ciência material. Se assim fosse, Jesus não teria dito a Longinus que após a encarnação como D. Pedro II, e cumprindo sua grande missão de consolidar uma transição do Império para a República sem derramamento de sangue, não precisaria mais encarnar neste planeta (livro "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" – capitulo 20)...e sabemos que nos três últimos séculos o avanço da ciência foi impressionante.
A ciência é uma das atividades que ajuda a controlar e desenvolver o pensamento, e este é muito importante no desenvolvimento mediúnico, assim como a meditação.
Tentemos também imaginar o trabalho, o amor e a vontade das entidades que estiveram à frente desta criação, lembrando da ciência que nos permite avançar na razão, no entendimento do mundo e o muito mais que teremos por descobrir até que possamos finalmente entender o que o apóstolo Paulo nos trouxe em "I Corintios 13" (8:10):
"A caridade jamais passará.
Quanto às profecias, desaparecerão.
Quanto às línguas, cessarão.
Quanto à ciência, também desaparecerá.
Pois o nosso conhecimento é limitado,
E limitada é a nossa profecia.
Mas quando vier a perfeição,
O que é limitado desaparecerá."
Talvez, assim quem sabe, possamos um dia dizer, que através da reforma íntima, buscando a serenidade, a paz interna pela substituição lenta e gradual de defeitos por virtudes, esta paz nos ajude a ampliar a mediunidade pela intuição, onde então teremos condições de acessar profundamente a sabedoria divina que substituirá de forma infinitamente mais abrangente e completa toda e qualquer ciência que possa ter existido na face material da Terra.
Mauro Iwanow Cianciarullo é da equipe de O Trevo e voluntário no CEEA – Regional Oeste - SP