Tempo de Confraternizar, Refletir e Renascer com o Mestre
Há cerca de dois mil e vinte e cinco anos nasceu Jesus. Talvez não exatamente nesta data — um pouco antes, um pouco depois —, mas foi nesse período da história que veio ao mundo um ser cuja presença transformou para sempre nossa forma de viver.
Não nos tornamos santos de um dia para o outro, mas fomos nos aperfeiçoando, passo a passo, pelos ensinamentos que Ele deixou e que, ao longo dos séculos, continuaram ecoando, atravessando fronteiras, crises, guerras e desencontros.
Com o tempo, aprendi que o mundo material é nossa grande escola, o espaço onde exercitamos — no trabalho, no lar, na rua, na convivência diária — aquilo que somos capazes de manifestar espiritualmente.
Cada gesto, cada escolha, cada comportamento exteriorizado é parte do nosso processo de crescimento interior. E, ainda assim, quantas vezes invertemos esses valores! Defendemos a matéria como se fosse um fim em si mesma, quando, na verdade, ela é apenas o instrumento para a transformação do espírito.
Se compreendermos que o meio é material, mas o fim é espiritual, talvez consigamos valorizar mais a essência divina que habita em cada pessoa ao nosso redor — um colega, um filho, uma esposa, um parente distante, um irmão de fé. Todos, como nós, estão em aprendizado.
Momento de reflexões
E chega dezembro. Um mês de balanços, de gratidão, de reencontros, de celebrações e silêncios necessários. Um tempo em que, quase sem perceber, deixamo-nos tocar por uma luz que não se explica apenas pela tradição: é o símbolo de um renascimento que se repete ano após ano.
A figura doce e serena de Jesus — mística para uns, profundamente real para outros — volta a nos visitar, convidando-nos a refletir sobre o que já caminhamos e sobre o que ainda podemos melhorar.
Nós, espíritas, buscamos trazer o Evangelho para dentro de nós e praticá-lo dentro de nossas possibilidades. Outros credos o interpretam sob diferentes formas. Mas o essencial é que, com linguagens diversas, todos reconhecem em Cristo um guia espiritual, um farol que inspira.
Que possamos, então, confraternizar sem medo das diferenças; reconhecer o quanto crescemos; perceber as lições que o ano nos ofereceu; fortalecer nossa disposição de continuar aprendendo, amando, servindo, vivendo com mais consciência da presença do divino em nós.
Agradeço a todos os amigos e amigas da nossa Aliança, que doaram um pouco do seu tempo, conhecimento e amor nas nossas iniciativas em benefício do próximo, do Espiritismo e da nossa própria reforma íntima.
Seja na assistência espiritual, nas Escolas de Aprendizes do Evangelho, nas vibrações, orações ou qualquer outra atividade na seara do bem, dentro ou fora das nossas casas.
Que possamos, neste fim de ano, agradecer pela oportunidade de servir, refletir sobre nossas escolhas e renovar nossas energias para seguir caminhando para uma evolução espiritual.
E que o Mestre amado caminhe conosco por mais um ano, iluminando nossa jornada para que sejamos, pouco a pouco, mais humanos, mais amorosos e mais conscientes de nossa própria capacidade de amar e evoluir.
Desejo a todos um Feliz Natal!
Luiz Amaro
Diretor-Geral da Aliança