Um olhar espiritual sobre as Metas do Milênio e a COP 30

Jesus de Nazaré, ao iniciar seu ministério na Galileia, curava enfermidades do corpo e do espírito, restaurava relações sociais e renovava esperanças. Suas palavras atraíam multidões sedentas pela Boa Nova, que trazia consolo e novos horizontes diante da dor.

No dia em que subiu ao monte Eremos e proferiu o Sermão do Monte, Jesus apresentou um código moral e evolutivo para toda a Humanidade. Em suas bem-aventuranças, traçou diretrizes de convivência entre os povos, revelando o caminho para a concretização do Reino de Deus — um reino de paz, amor e justiça na Terra.

Mais do que um ideal espiritual, o Sermão propõe uma metodologia de transformação pessoal e coletiva, para que cada um reflita a luz do Cristo em si mesmo.

As Metas do Milênio e o Sermão do Monte

Estudos teológicos apontam a relação entre o Sermão do Monte, as Metas do Milênio da ONU (2015) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).

O Evangelho de Mateus (caps. 5 a 7) mostra Jesus ensinando que o Reino dos Céus se manifesta por condutas éticas, morais e fraternas — valores presentes também nos tratados internacionais.

Em 2015, a ONU revisou os Objetivos do Milênio, criando a Agenda 2030 com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que incluem: erradicar a pobreza e a fome, garantir educação e igualdade de gênero, proteger o meio ambiente e promover parcerias globais.

Essas metas representam um compromisso ético e espiritual com o planeta e as futuras gerações — uma verdadeira aliança de regeneração global.

A Ética do Sacrifício e da Luz Interior

Em Harpas Eternas (vol. 3, p. 280), o espírito Hilarião de Monte Nebo nos recorda:

“O Reino de Deus pede abstenções e exige sacrifícios (...). Sacrifício faz quem retorce seu próprio coração para silenciar a sua voz a reclamar as manifestações exteriores de uma afeição humana (...). A Luz Divina ilumina os puros de coração e os humildes.”

De modo semelhante, Ramatis ensina em O Sublime Peregrino que o nascimento de avatares como Jesus é previsto pela administração sideral para promover grandes e necessárias transformações espirituais na Humanidade.

Direitos Humanos: O Evangelho em Linguagem Universal

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, diz que todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Garante vida, liberdade e segurança, proíbe a discriminação e estabelece direitos civis, políticos, sociais e culturais — como educação, saúde e trabalho.

Assim como o Sermão do Monte, reconhece a dignidade essencial de cada pessoa e propõe justiça, compaixão e solidariedade entre todos os povos.

COP 30: O Clamor da Terra e dos Corações

Iniciativas como a COP 30 representam mais uma etapa rumo à regeneração planetária. Requer diálogo entre governos, cientistas e organizações para buscar soluções diante da crise climática.

Seu objetivo é conter o aquecimento global e implementar o Acordo de Paris, mas é também uma convocação da humanidade à superação do seu velho orgulho e egoísmo e à restauração da comunhão com a vida. O Reino de Deus na Terra.

Apesar dos desafios, vivemos, sim, um tempo de esperança. A dor fustigante e a empatia na dor do próximo, nos impulsionam a evoluir.

O Sermão do Monte, as Metas da ONU, a Declaração dos Direitos Humanos e as conferências ambientais são expressões, em diferentes linguagens, do mesmo propósito divino: fazer da Terra um lar de fraternidade, justiça e paz.

Estamos mais uma vez sendo confrontados no nosso egoísmo e orgulho. É hora de trocar a maquiagem de discursos aplaudidos e as ações aparentemente boas pela verdade do Amor, refletindo Jesus todos os dias.

Que Deus nos abençoe e fortaleça.

Silvia Torre é da equipe do Paulo de Tarso sem Fronteiras (PTSF) e voluntária do Neefa Sorocaba

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