Um olhar espírita para galáxias e buracos negros

Em artigo de O Trevo de Jan-Fev de 2024 (leia aqui), falamos sobre os “pilares da criação” e a formação inicial dos mundos pela atuação dos espíritos superiores sobre a matéria. Neste segundo artigo, de uma trilogia, vamos abordar os mundos mais comuns dessas formações, as estruturas conhecidas como galáxias.
A imagem desta página foi conceptualizada com base nas informações obtidas pelas imagens digitais do telescópio James Webb. Trata-se do centro da nossa Via Láctea, a galáxia que nosso Sistema Solar está inserido. Sabe-se, atualmente, que geralmente no centro de galáxias, como é o caso da nossa, existe um buraco negro, neste caso conhecido como Sagittarius A.
As galáxias são formações em diversos formatos, mas geralmente apresentam-se em espiral.

O artigo publicado originalmente na Revista Pesquisa FAPESP, disponível neste link, informa que, em meio ao vasto agrupamento de poeira, gás e estrelas que dão forma à Via Láctea, o Sistema Solar habita permanentemente uma região entre dois braços espirais, sem jamais cruzá-los, em zona neutra.
O Sol está em um posicionamento estratégico entre os braços Perseu e Carina-Sagitário, dois dos quatro maiores braços espirais da Via Láctea, distantes um do outro cerca de 9 mil anos-luz. A Via Láctea é formada por um grande disco achatado e braços, estruturas coalhadas de estrelas, poeira e gás que se espalham espiraladas a partir de um núcleo central alongado.
Ainda de acordo com o artigo, a estrela está presa em um padrão de ressonância que faz com que o período de sua órbita, com 200 milhões de anos, seja o mesmo dos braços espirais.
Sabemos também que a vida material e espiritual possui ciclos, desde o dia e noite do nosso planeta Terra até grandes e impensáveis ciclos, como o primeiro ciclo de evolução espiritual descrito no livro “Os Exilados da Capela”, de Edgard Armond, que teve duração estimada de 500 milhões de anos. Ou seja, quase três voltas ao redor do centro da galáxia.
Para entender um pouco mais sobre os ciclos, sugiro a leitura do artigo A Mediunidade, a Intuição e a Sabedoria, da edição de Mai-Jun de 2023 de O Trevo.
Assim, nos descreve Armond: “Ouçamos, agora, uma voz profética do espaço, em mensagens mediúnicas: ‘Como auxiliares dos Senhores de Mundos, existem legiões de espíritos eminentemente sábios e altamente poderosos, que planejam o funcionamento dos sistemas siderais com milhões de anos de antecedência; outros que planejam as formas de coisas e seres, e outros, ainda, que fiscalizam esse funcionamento, fazendo com que as leis se cumpram inexoravelmente. Há um esmerado detalhamento, tanto no trabalho da criação como no do funcionamento dos sistemas e dos orbes.’”
E complementa: “Já dissemos e mostramos que, de tempos em tempos, periodicamente, a humanidade atinge um momento de depuração, que é sempre precedido de um expurgo planetário, para que dê um passo avante em sua rota evolutiva.” Isto quer dizer que o movimento da galáxia é todo pensado, planejado por bilhões de anos de criação e evolução.
Esse planejamento começa a ser descoberto pela ciência, como nos mostra este artigo publicado pelo Jornal da USP, que nos traz resultados de pesquisa explicando que a formação de estrelas na nossa galáxia ocorreu de dentro para fora. Portanto, nota-se que as regiões centrais da galáxia são mais velhas, com cerca de 12 bilhões de anos, e os objetos vão ficando mais jovens conforme estão mais distantes, até atingir cerca de 9,5 bilhões de anos de idade. Lembramos aqui que a idade do Sistema Solar é de cerca de 4,5 bilhões de anos.
O artigo traz também que a densidade próxima ao centro da galáxia é muito maior, ou seja, as estrelas e sistemas estão muito mais próximos uns dos outros.
Então, vejamos: nosso Sistema Solar é muito mais jovem que os sistemas próximos ao centro da galáxia e está localizado numa região muito menos densa e bem mais externa na espiral, a cerca de 28 mil anos-luz de distância do centro, ou mais da metade para fora do raio. Sabemos também que no livro “Mecanismos da Mediunidade”, no capítulo 10 – Fluxo Mental, o campo da aura estende a própria influência que, à feição do campo proposto por Albert Einstein, diminui com a distância do fulcro consciencial emissor, tornando-se cada vez menor, mas a espraiar-se no universo infinito. Ou seja, o que pensamos afeta nosso entorno reduzindo a influência até o infinito, ou, de forma mais sutil ainda, aquele voo da borboleta que pode ser percebido do outro lado do universo.
Veja como a grandeza de Deus e de todos aqueles que participam da criação é perfeita em tudo que existe. Como descrito na série “A Vida no Mundo Espiritual”, de André Luiz e Chico Xavier, a psicosfera do planeta Terra é muito carregada e afeta outras áreas além do Sistema Solar, quando, por exemplo, da eclosão da Segunda Guerra Mundial. Assim, faz todo sentido que, de forma geral, orbes com espíritos pouco evoluídos, ainda em mundos de provas e expiações, estarem num local na galáxia mais isolados e menos densos, de tal forma que não abalem de maneira significativa mundos mais elevados, mais sutis.
Dessa forma, estamos rodeados apenas por seres inferiores como nós? Certamente que não, diversos livros nos falam de Marte, Júpiter, Saturno etc. e que a Terra parece ser o menos evoluído no Sistema Solar. Porém, devemos lembrar também que tudo na natureza é equilíbrio, que as Leis Divinas nos trazem justiça, evolução e equilíbrio, e onde imperam almas menos elevadas, como na Terra, a demanda por amor aumenta. E Deus nos traz almas elevadíssimas para compensar esse desequilíbrio e outras inúmeras que aprendem a desenvolver a evolução e criação nos ajudando a crescer espiritualmente.
E os buracos negros?
São estruturas com uma densidade de matéria tão intensa que nem mesmo a luz consegue escapar e por isso são escuros para os telescópios, daí o nome. Para entendermos um pouco melhor, podemos pensar da seguinte forma: imaginemos que um átomo fosse do tamanho do estádio do Maracanã. O núcleo do mesmo, que concentraria toda a sua massa, seria como apenas uma laranja colocada no centro do gramado. O resto todo do estádio seria um vazio com elétrons quase sem massa em órbitas definidas. Assim, a densidade de um buraco negro equivale ao estádio todo repleto de laranjas, ou seja, extremamente denso, e a gravidade resultante não deixa nada escapar.
Nesse artigo sobre astronomia, entendemos que “na hierarquia dos objetos cósmicos, os buracos negros são considerados os mais densos, superando qualquer outra forma de matéria conhecida. Essa densidade extrema, aliada à sua capacidade de distorcer o tecido do espaço-tempo, faz com que os buracos negros exerçam uma influência gravitacional única sobre o ambiente ao seu redor. Quando um objeto ou partícula cruza o horizonte de eventos, ele está irrevogavelmente destinado a se mover em direção à singularidade central, contribuindo para o aumento da massa total do buraco negro.” A importância dos buracos negros na astrofísica é crucial para a compreensão de processos cosmológicos fundamentais, como a evolução das galáxias, por exemplo.
Devemos lembrar que a matéria e o espírito existem nos diversos planos e que o espírito é o princípio inteligente do universo, utilizando a matéria como instrumento para evoluir e sobre o qual exerce sua ação. Para melhor entendimento, sugiro a leitura de “O Livro dos Espíritos” (cap. II – Elementos Gerais do Universo) e de “A Gênese” (Cap. VI – Uranografia Geral).
Assim, nosso estudo e entendimento racional das Leis Divinas vêm se ampliando junto com a ciência. Podemos perceber que, além dos buracos negros ajudarem na criação de novos sistemas, dada a sua enorme massa e posição central na galáxia, parece que, quando a matéria física não tem mais sentido para a evolução espiritual de determinada região, ela é então recolhida para novos ciclos, trazendo uma utilidade espiritual para essas estruturas conhecidas como buracos negros. Mas isso é apenas um pensamento que a ciência vai no futuro corroborar ou não.
Mauro Iwanow Cianciarullo é da Equipe de O Trevo