Os genes dos médiuns e a mediunidade no futuro

Ilustração representando DNA do Medium

Ao refletir sobre esse tema transcendente, surgiram na minha mente, quase de imediato, questões do tipo: existiria presente sem ter existido passado? E futuro sem presente, seria possível?

Associando essas questões com o tema da mediunidade, me arrisco a dizer que a mediunidade no futuro depende, inevitavelmente, de como a entendemos e/ou aplicamos no presente. Isso porque ela evoluirá progressivamente, na medida em que nós, progressivamente, evoluirmos moralmente (vide a “mediunidade natural” citada por Edgard Armond no livro “Mediunidade”).

Para corroborar essa tese, um estudo recente da USP, UFJF e UFRGS publicado na “Revista Brasileira de Psiquiatria” revela que os atuais médiuns possuem alguns genes diferenciados que não são encontrados em seus parentes próximos. Ou seja, presente, passado e futuro, para o espírito eterno, significam apenas referenciais de tempo.

Baseado nessa premissa, qual a importância da mediunidade no nosso presente? E afinal, o que é ser um médium?

Entre tantas respostas disponíveis, ousarei esta: “médiuns são almas que se viciaram nos caprichos de ter e do poder, ao longo de múltiplas encarnações, e que por muito tempo buscaram ser servidas”. É a doença do egoísmo citada por Allan Kardec no capítulo XVIII do livro “A Gênese”.

Agora, essas almas lutam pela sua redenção, ao escolherem tomar os remédios da reforma íntima e da fraternidade, prescritos por Jesus, nosso “médico de almas”, para aprender a servir e curar-se. Antes, o foco dessas almas era o seu mundo exterior e, agora, depois de assumir sério compromisso consigo mesmas e com Jesus, o foco mudou para “seu mundo interior sem se eximir do mundo exterior”.

E a mediunidade tem essa justa finalidade, que é fazer o “filho de Deus-Pai” olhar corajosamente para dentro de si, em vez de somente para fora de si. Resumindo, os médiuns são os “medi-cados” por Deus-Pai.

Ao olhar para seu mundo interior, o médium sente e compreende que a proposta iniciática da reforma íntima e da fraternidade oportuniza o procurar e encontrar, ainda nesta vida, a melhor versão de si mesmo, independentemente da semeadura do passado e da colheita no presente. Afinal, estamos num planeta hospital-escola, de expiações e provas.

Ou seja, a reencarnação é o momento sagrado, que oportuniza olhar para nós mesmos, “filhos pródigos” que somos, com autoamor e com mais misericórdia, para voltarmos a sentir o amor emanado por Deus-Pai.

E como fazer?

Começando por substituir em nós a autorrejeição (que é a colheita do passado) pela autoaceitação (a semeadura no presente). E tal propósito atrai, de modo irresistível, os espíritos superiores amorosos e ávidos por auxiliar e fortalecer essa nossa nova disposição, que é de autotransformação e autorredenção.

Dessa forma, olhar para o Curso de Médiuns e fazer uso da “lupa” da mediunidade, possibilita enxergar uma “janela de oportunidades”, no sentido de “religar” o que nós, filhos pródigos no passado, “desligamos”. Ou seja, “reconstruir a nossa ponte divina”, para reconectar os nossos conscientes (ego do presente) e inconscientes (egos do passado) com o nosso superconsciente (o Deus em nós que nos “puxa” para Ele).

Ao “reconstruir o que desconstruimos”, colhemos dádivas de paz interior, força de vontade, e da fé em si mesmo. Enfim, essa “janela” oportuniza, ainda, ressignificar e atualizar as aulas sobre psiquismo do Curso de Médiuns ao focar no conhecer e entender a função pedagógica divina das feridas milenares da alma (o autoabandono, a fragilidade e a inferioridade) e no resgate do prazer de viver, através da reforma íntima construtiva, e sem martírio.

Enfim, chegou a hora de semearmos o bem para colhermos esse bem, tanto no nosso presente quanto no nosso futuro, com a mediunidade.

Marcelo Rodrigues de Moura, da Casa Espírita Doze Apóstolos, na Regional ABC, em colaboração com a Equipe de Apoio à Mediunidade

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