Sou Discípulo de Jesus ou estou aquém?

É um questionamento profundo que me fiz recentemente: "Será que estou sendo um discípulo de Jesus atualmente, ou estou atrás das expectativas?" Refletir sobre essa pergunta nos convida a explorar o que significa ser um verdadeiro discípulo na atualidade e qual é o papel que desempenhamos em nossa jornada espiritual.

O papel do discípulo

Recentemente, como dirigente de turma da EAE (Escola de Aprendizes do Evangelho), preparei a aula 106 - O Papel do Discípulo. Durante meu estudo, entendi que o papel do discípulo vai além de seguir um programa já estabelecido, talvez sair de uma postura mais passiva. Estar ligado à FDJ (Fraternidade dos Discípulos de Jesus) envolve compromisso, ação e transformação constante, com uma proatividade maior.

Entendo os três graus da iniciação da seguinte forma (a partir da visão de Edgard Armond):

Aprendiz: Trabalha por obrigação, é conduzido em seus estudos e práticas.
Servidor: Trabalha por dever, com responsabilidades claras e designadas.
Discípulo: Trabalha por prêmio, proativamente buscando onde pode servir mais e melhor.

Em algum momento, vi o discipulado como um peso. Então percebi que, na verdade, ele deveria ser uma graça para minha jornada, pois estou trabalhando diretamente com Jesus. Mas, na ocasião, no fim da Escola, eu queria mais era festejar o ingresso para o 3º grau. Aprendi que minha visão estava errada.

Quando acontece a ‘festa de formatura da EAE’?

Os estudos da turma de EAE, a meu ver, culminam no fim do estudo de " O Livro dos Espíritos". Essa conclusão marca o fim de uma fase e o possível início de outra: o grau de discipulado.

Essa nova etapa requer:

Período probatório: Um momento de avaliação pessoal e espiritual.
Aprovação do dirigente: O reconhecimento de que o candidato está preparado.
Exame espiritual: Um olhar profundo sobre si mesmo e sua jornada.

É nesse ponto que compreendemos que o discipulado não é um ponto de chegada, mas um ponto de partida para um campo de trabalho ainda mais amplo na seara de Jesus.

Discipulado: um novo começo

Ser discípulo não exige experiência, conhecimento acadêmico ou horas de leitura. O que importa é a boa vontade e o desejo genuíno de ter Jesus como Mestre. A transição de uma postura mais passiva para uma mais ativa significa estar disposto a enfrentar novos desafios e atender às necessidades do mundo com uma visão mais cristã e espiritual.

Autoconhecimento e Reforma Íntima

A busca por autoconhecimento e reforma íntima é infinita. Faz parte da evolução espiritual, ajudando-nos a conquistar o reino de Deus diariamente. Para o discípulo, o foco deve ser tanto em sua própria transformação quanto em ajudar os outros a evoluírem.

Discípulo x Servidor

Uma diferença essencial entre servidor e discípulo é o compromisso com a propagação dos ensinamentos de Jesus. Enquanto o servidor cumpre tarefas designadas, o discípulo busca de forma proativa novas oportunidades para atuar e ajudar na regeneração planetária. Sua referência é sempre o Evangelho de Jesus.

Materialidade x Espiritualidade

Pode parecer desafiador abraçar o discipulado. No entanto, essa dificuldade muitas vezes reflete nossa tendência materialista, priorizando o reino dos homens em detrimento do reino dos céus.

Não somos melhores ou piores por nos dedicarmos mais ou menos ao discipulado, mas compreender o reino de Deus como nosso foco é um ganho pessoal e coletivo. Quantas vezes eu estava como discípulo, mas com o olhar do paradigma material.

Frases inspiradoras de Edgard Armond para me ajudar a ser melhor discípulo

“Discípulo de Jesus é satisfeito com o mundo e tudo o que nele existe, porém, é insatisfeito consigo mesmo.”

“O discípulo de Jesus nada teme, a não ser a si mesmo.”

“O aprendiz trabalha quando solicitado, o servidor quando encarregado e o discípulo quando necessário.”

“Para o discípulo de Jesus, a seara de trabalho é o mundo.”

Qual a resposta?

A pergunta permanece: “Sou um bom discípulo de Jesus ou estou atrás das expectativas?”

Não existe mérito nem demérito em ser mais ou menos discípulo - mas acredito que existem seres mais felizes ou infelizes, de acordo com sua evolução espiritual. E isso pode ser conquistado de diversas formas - a forma que mais faz sentido para mim é através do discipulado.

E você? Está pronto para abraçar o discipulado, trabalhando pela sua própria evolução e ajudando na transformação do mundo? Que possamos todos buscar o reino de Deus e caminhar com Jesus, como verdadeiros discípulos em sua seara.

Antonio Costa é do CAE Geraldo Ferreira, da Regional ABC