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A parábola dos talentos, contada por Jesus no Evangelho de Mateus, é uma das mais ricas lições sobre o valor de nossos dons e o nosso dever em desenvolvê-los. Na história, um senhor confia a três servos uma quantia em talentos, uma moeda de grande valor. Dois deles multiplicaram o valor recebido, mas o terceiro enterra seu talento.

Na prestação de contas, os que multiplicaram seus talentos são parabenizados, enquanto o que o enterrou é repreendido e penalizado: seu talento é retirado pelo senhor e entregue ao servo que teve maior êxito em multiplicar os seus.

A parábola nos ensina sobre a confiança que o Criador deposita em nós ao nos dar talentos e habilidades e nos convida a colocá-los em uso.

Qual é o seu talento?

"Há talentos do senhor distribuídos por todas as criaturas, em toda parte", apontou Emmanuel no livro Dinheiro, psicografado por Chico Xavier.

Os próprios recursos materiais são talentos emprestados a alguns nesta encarnação. O dinheiro é um instrumento de ação daqueles que o detêm. Ele não é um mal da sociedade. Tudo depende da forma como é empregado.

Vivemos em um mundo material e tudo tem custos. O dinheiro pode ser usado para comprar o leite das crianças, o remédio dos doentes, o agasalho aos que têm frio e pagar o aluguel de casas espíritas, por exemplo.

O dinheiro também serve para fomentar o desenvolvimento econômico e social. Aqueles que o detêm podem criar negócios que geram empregos e salários dignos para seus trabalhadores. Ou soluções em áreas como tecnologia, infraestrutura e saúde, que trazem o progresso da sociedade.

É muito comum ouvir pessoas dizerem que não podem ajudar o próximo porque não têm dinheiro sobrando. Emmanuel refuta essa tese, lembrando que a caridade também está ao alcance dos pobres. Você sempre pode doar o seu tempo e o seu amor. Isso, muitas vezes, vale mais do que um PIX.

As habilidades manuais e técnicas podem servir para a prática do bem. Tem dotes culinários? Que tal cozinhar para alimentar irmãos famintos? Entende de elétrica, hidráulica e serviços em geral? Pois há muitas casas precisando de reparos. Tem jeito com crianças? Vá trabalhar na evangelização infantil. Gosta de ler e escrever? Pois mande um texto para O Trevo.

A inteligência também pode ser multiplicada. Coloque seu cérebro a serviço do próximo, compartilhando ideias e informações em palestras, aulas e quaisquer outras ações que tragam benefícios para a Humanidade. Não seja um sovina de inteligência, guardando seu conhecimento apenas para si.

O talento de todos

Emmanuel aponta um talento comum a todos nós: o trabalho. "Na abastança ou na carência, na direção ou na subalternidade, não menosprezes agir e servir, porque o trabalho, nas concessões do espaço e do tempo, é o talento comum a todos." Por meio dele, o nosso espírito se engrandece.

Há possibilidades de serviço para todos. Basta que estejamos dispostos a dar amor e a usar nossos braços, coração, ouvidos, cérebro e tudo que tivermos ao nosso alcance em benefício do próximo.

Mas cuidado para não enterrar seu talento. A preguiça por vezes nos leva à ociosidade. Assim, os dias vão passando e não empregamos nossos dons em nenhum trabalho, desperdiçando oportunidades de servir e avançar na nossa jornada de evolução espiritual.

Não permita que seu tempo neste mundo se esgote sem que tenha aplicado seus talentos na seara do bem. Chegará o dia em que teremos que prestar contas ao Senhor sobre como empregamos os talentos que Ele nos confiou. Que possamos estar entre os servos que os multiplicaram e receber as bênçãos do Mestre.

Sobre a Autora

Marina Gazzoni é da Equipe de O Trevo.

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