Sólido, líquido ou gasoso: como moldar nossos pensamentos?
“O pensamento edificante e bom é também uma oração sem palavras, que se faz sempre ouvida.”
Joanna de Ângelis, livro “Vida Feliz”, psicografia de Divaldo Franco
Pensar é um atributo essencial do ser humano. O poder do pensamento é tal que supera a velocidade da luz, quando você pensa em alguém, a conexão já se estabelece.
Nosso campo mental nos possibilita interpretar emoções e revelar sentimentos, desvendando o nosso íntimo e o mundo com o qual interagimos, favorecendo a elaboração de estratégias mais conscientes e positivas para as nossas ações.
É pelo nosso campo mental que idealizamos e construímos estruturas que regem e modulam o nosso agir, traçando os rumos de nossa vida e caminhada espiritual.
Em nossa vida transitamos por cenários educativos variados, que visam a nossa renovação e aprimoramento pessoal. Nessas vivências, nossos pensamentos podem apresentar características que se assemelham aos estados físicos da água – sólido, líquido e gasoso.
O estado sólido
Quando refletimos sobre o estado sólido da água, podemos associá-lo aos nossos pensamentos cristalizados, quando adormecemos a nossa capacidade de amar e perdoar, transformando a misericórdia em julgamento. É quando perdemos a maleabilidade, o famoso jogo de cintura, dificultando as relações e o diálogo construtivo, restringindo a oportunidade de renovação pessoal pelo intercâmbio de ideias, além de desestabilizar a nossa conexão com a espiritualidade superior.
O estado sólido dos pensamentos não é condição permanente, podendo ser derretido pela amorosidade, deixando escoar tudo que sabota as nossas possibilidades pessoais. É quando olhamos as nossas experiências educativas e percebemos que estamos estagnados por velhos elementos que carregamos em nosso coração, como as mágoas, a raiva, o julgamento e tantos outros.
Ao nos conscientizarmos de que permanecer com nosso campo mental enrijecido criamos amarras que limitam nossas capacidades pessoais, podemos abandonar nosso freezer mental numa ação de autoamor, retomando a condução de nossa vida.
Quando saímos do freezer mental, gradativamente vamos reformulando os nossos pensamentos, porque já entendemos que, como água, podemos moldar novos caminhos e novas estruturas pela força da vontade e esforço contínuo. Acessamos assim o estado líquido dos pensamentos.
Aquele que busca educar seus pensamentos redireciona sua conexão espiritual, tornando-a capaz de se elevar até as esferas mais amorosas da casa do Pai Criador.
O estado líquido
Nesse estado, reconhecemos a importância da flexibilidade, da negociação, da aquisição de novos conteúdos, do trabalho de reforma íntima e o estudo como meio de compreender melhor o mundo que nos cerca e nossa trajetória pessoal.
É o momento onde abraçamos o trabalho de autoconhecimento, reconhecendo que estamos ainda distantes de todas as nossas possibilidades como ser integral, fruto da criação divina de Deus nosso Pai. É o exercício da nossa capacidade de aceitação frente aos processos educativos, objetivo de todas as reencarnações que vivemos.
A água dissolve e pode fazer novas associações e podemos trabalhar da mesma maneira com nossos pensamentos para que tenhamos ações mais conscientes, que irão favorecer a construção de nosso equilíbrio pessoal.
É o momento de aprendizado e crescimento, onde a dor burila, mas desperta o brilho íntimo de cada um. Podemos identificar a semelhança com a força da água criando novos caminhos e transformando a paisagem.
O estado gasoso
O estado gasoso de nossos pensamentos remete à afirmação de Joanna de Ângelis, comparando o pensamento como uma oração sem palavras. Aquele que busca educar seus pensamentos redireciona sua conexão espiritual, tornando-a capaz de se elevar até as esferas mais amorosas da casa do Pai Criador, numa comunhão de pensamentos, sentimentos, que, pela fé raciocinada, geram ações em maior alinhamento com o Evangelho de Jesus.
Nossa consciência tem compromisso com a Lei do Progresso, traçando nossa trajetória evolutiva em direção à perfeição, mas para que isso se efetive, precisamos educar e renovar nosso campo mental, lembrando sempre da atração pela sintonia vibratória, obtendo como resultado aquilo que emitimos.
E, por fim, recordemos da orientação de Jesus, orai e vigiai, como um trabalho vital e no caminho de nosso equilíbrio íntimo.
Carmen Armani é da equipe de O Trevo