
O que seria da chuva se contasse apenas com gotas esparsas? Como poderia ela banhar a terra, vitalizando o solo com a umidade necessária ao fruto vindouro?
A cooperação é elemento fundamental na realização dos ideais mais elevados, sem ela cada indivíduo despenderia de forças criadoras em diversas direções, enfraquecendo a ação e a obra.
Viemos a este mundo com a possibilidade de oferecer o melhor de nós mesmos, colaborando nos ambientes onde nos situamos, num esforço íntimo de abraçarmos os valores educativos da experiência terrena. E através do generoso princípio da cooperação, dilatamos os laços de amor que nos unem como filhos do mesmo Pai. Esse princípio favorece o nosso crescimento e amadurecimento pessoal, numa troca renovadora de sentimentos mais elevados, através de experiências solidárias e fraternas dentro e fora da casa espírita.
Nosso Mestre Jesus estimulou a cooperação entre os homens pela prática da caridade, que Ele indicou como caminho para a salvação. Agindo em cooperação com o outro, desperto em mim o roteiro para o meu autoconhecimento, expansão e renovação do meu conteúdo pessoal, redesenhando de maneira amorosa todo o entendimento do universo alheio.
É pela união fraterna que desenvolvemos um sentimento de pertencimento, através de um ideal maior, que supera a esfera da ação pessoal, ampliando horizontes e resultados, criando laços interpessoais para um novo modo de compreender e agir na coletividade.
Os elos de uma corrente fraterna
Neste início de ano, somos convidados a refletir sobre o nosso voluntariado como cooperadores na obra de Jesus, como células individuais e parte de um todo maior. Somos uma corrente fraterna, onde cada elo atua segundo as suas potencialidades e possibilidades, para que a corrente permaneça coesa, forte e em expansão nos ideais amorosos do Cristo.
Quando pensamos na chuva que abençoa o solo, renovando suas potencialidades, temos que reconhecer a força da união das pequenas gotas, que unidas cumprem um bem maior. Assim somos nós, humildes gotas, que buscam colaborar com a obra do Cristo.
Nossa união é nossa força, onde cada um pode disponibilizar habilidades e talentos, para que a grande corrente do bem se fortaleça em diferentes aspectos. Cada voluntário é um elo de potencialidades e é também um universo único, colaborando com sua diversidade para a expansão dos princípios imortais do bem e da fraternidade.
Ser voluntário é confiar que, agindo e cooperando, a finalidade da obra está se edificando. Cada ação, cada esforço, contribui para o resultado final, por isso devemos valorizar todos os companheiros que compõem a nossa corrente fraterna, nossas frentes de trabalho.
Lembremos o óbolo da viúva, que mesmo sendo um pequeno donativo, carregava um potencial amoroso muito grande, colaborando na expansão do bem.
E é nessa ação carregada de amor pela frente que atua, que o voluntário deve fortalecer seus ideais de servidor do Cristo, compreendendo a sua importância no resultado coletivo.
Cada ação, uma gota, que no coletivo constitui elemento fundamental da chuva renovadora da vida. Cada um colaborando para que tudo que realizarmos na seara do bem cresça. É através da fusão dos talentos que criamos elos fortalecidos e renovados, e a corrente do bem se expande.
Que neste novo ano que se inicia estejamos a postos para atender ao chamado do Senhor da vinha, que veio em diferentes horas nos convidar a servir em sua lavoura. E que continuemos a dar o nosso melhor, acreditando no nosso potencial e na grandiosidade da obra!
Carmen Heloisa Armani é voluntária no Cempe, na Regional SP - Centro.