Um convite para a nova era

Ilustração simbólica da Terra e da nova era

A ideia de uma “transição planetária” nos acompanha há milênios, remontando a tradições anteriores ao calendário cristão que falavam de um fim dos tempos e do início de uma nova era. Hoje, porém, esse conceito ganhou contornos mais científicos e otimistas: não se trata do fim da Terra, mas de uma profunda transformação capaz de impactar toda a Humanidade.

Durante o final do século XX, proliferaram lendas e previsões catastróficas marcando datas definitivas para o suposto apocalipse, mas nenhuma delas se confirmou. Afinal, nosso planeta, após bilhões de anos de formação turbulenta, consolidou-se como um sistema relativamente estável.

Embora terremotos, maremotos e erupções continuem a ocorrer, são fenômenos cada vez mais raros em comparação aos tempos iniciais de intensa atividade geológica.

Essa transição, contudo, não é apenas geofísica, mas também espiritual e social. O mundo sempre se move conforme um “programa” natural de mudança constante.

Mais maturidade espiritual

Cada ciclo gera desafios e oportunidades de aprendizado, tal como nas fases de nossa vida pessoal. Na infância, comportamentos que nos são naturais seriam inaceitáveis na vida adulta; do mesmo modo, a Humanidade passa por estágios coletivos de amadurecimento.

Reconhecer esse processo é aceitar que, para colaborar com Jesus, nosso governador planetário, devemos nos dedicar a dar o melhor de nós em cada etapa. Somos chamados a ser “trabalhadores na grande seara” justamente na última hora do dia, quando o cansaço e a pressa podem nos fazer duvidar de nossa capacidade de amar e servir.

Praticar o Evangelho é, portanto, nosso manual de boas práticas para essa transição. Amor ao próximo, solidariedade e serviço desinteressado deixaram de ser meras recomendações e tornam-se ações transformadoras capazes de ecoar por todo o globo.

Quando cuidamos uns dos outros, mesmo em pequenos gestos cotidianos — oferecer ajuda a um vizinho, dedicar tempo a um projeto social ou simplesmente ouvir quem precisa desabafar — estamos plantando sementes de uma nova era de cooperação e respeito.

Mesmo aqueles que “não ficarem por aqui”, isto é, que partirem antes de testemunhar as próximas fases terrestres, contribuirão com seu exemplo e com sua energia em outros planos. Toda experiência visa a evolução de todos os seres. E não somos nós que julgamos quem continua ou quem parte.

Ao final, a grande questão que deve nos mover é:
“Estamos fazendo todo o bem que podemos?”

Não basta acreditar na transição planetária. É preciso agir conforme os ensinamentos do Evangelho, avaliando regularmente nossas atitudes e ajustando nosso comportamento sempre que deixamos de praticar o bem.

Assim, unidos em propósito e amor, somos todos convidados a colaborar para que a Terra se torne um reflexo vivo do reino dos céus, independentemente das transformações que ainda estão por vir.

Luiz Amaro é diretor-geral da Aliança

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