Paciência e Empatia: o cuidado do evangelizador ao se comunicar

Jesus conduz uma criança pela mão.

Quem nunca ouviu que “as palavras têm poder”? Embora essa afirmação seja conhecida por muitos, nem todos têm plena consciência do impacto que a linguagem pode causar.

Dependendo do que e de como falamos, podemos estimular, curar, construir e consolar — assim como podemos desanimar, ferir ou magoar. Por isso, é essencial reconhecer que nossas palavras emitem vibrações e influenciam o ambiente.

Além da fala, existem outras formas de comunicação: visual, escrita, gestual... Cada uma delas transmite mensagens e exige atenção e sensibilidade, especialmente no ambiente da evangelização infantil.

O significado de paciência e empatia

Ao refletirmos sobre a importância dessas virtudes no papel do evangelizador, é útil relembrar seus significados:

Paciência é a capacidade de manter o equilíbrio emocional mesmo diante de dificuldades e da espera.
Empatia é o exercício de perceber e sentir a experiência do outro, indo além da nossa própria perspectiva.

Assumir a tarefa da evangelização infantil é mergulhar numa missão educativa profunda e transformadora. Cada criança que adentra a sala de evangelização traz consigo experiências reencarnatórias, virtudes em potencial e desafios a serem compreendidos.

A casa espírita acolhe famílias diversas, com histórias únicas. O evangelizador precisa desenvolver um olhar sensível e individualizado, reconhecendo que cada espírito em evolução merece atenção, respeito e carinho.

A postura do evangelizador

A paciência para ensinar, ouvir, repetir e esperar deve caminhar junto à leveza e à empatia. A criança percebe não apenas o que dizemos, mas também o que sentimos e como agimos.

Antes de chegar à casa espírita, preparemo-nos com uma prece, buscando conexão com a espiritualidade. Deixemos, ainda que temporariamente, nossas preocupações de lado para que possamos nos dedicar integralmente ao momento da evangelização.

Sejamos atentos ao tom de voz, à escolha das palavras, ao sorriso e à escuta acolhedora. Coloquemos o amor em ação, lembrando do exemplo do Mestre Jesus, que tratava a todos com paciência, respeito e ternura.

Somos observados em todos os espaços: no trabalho, na família, no cotidiano... e também na casa espírita. A criança observa o evangelizador em cada gesto, olhar e atitude.

Ter paciência não significa ignorar comportamentos inadequados, mas sim acolher o evangelizando em sua dor, insegurança ou medo. Dialogar, refletir e orientar são atitudes que constroem vínculos e transformam.

“Ide e evangelizai a todas as gentes” (Marcos, 16:15)

Evangelizador por excelência, Jesus nos apresentou a tarefa de evangelizar. É fundamental que mantenhamos a constância na busca pelo autoconhecimento, aprendendo a identificar e entender nossas emoções, renovando nossos sentimentos e cultivando o equilíbrio.

O que levará ao desenvolvimento de virtudes que serão aperfeiçoadas, conforme nossa dedicação aos estudos doutrinários, à prática, à exemplificação e à vivência do Evangelho de Jesus em nosso cotidiano.

Jesus tratava a todos com amor e respeito. Olhava nos olhos, ouvia com atenção e paciência e não fazia distinção entre as pessoas.

A criança é solo fértil. Que sementes temos lançado em seus corações? Cada gesto, palavra e atitude plantam valores que florescerão ao longo da vida.

Evangelizar espíritos é também evangelizar-se. É um processo contínuo. Como ensina Emmanuel em “O Consolador”, para evangelizar é necessária a luz do amor no íntimo — é preciso vibrar e sentir com o Cristo.

“Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos Céus pertence aos que são semelhantes a elas.” (Mateus, 19:14)

Sigamos com humildade e perseverança, trilhando com as crianças o caminho do bem.

Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro é do CE Luz do Caminho – CELUCA, na Regional Vale do Paraíba

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