Transição Planetária: o mundo está muito melhor

Por vezes nos pegamos desacreditando deste mundo. Sujeitos que estamos às Leis Divinas, ainda temos um bom caminho a percorrer em provas e expiações para reequilibrá-las. As notícias ruins nos chegam com facilidade, basta assistir ao noticiário diário. Permeados que estamos na carregada psicosfera terrestre, que envolve todo o umbral justamente onde nos localizamos. Nossos pensamentos acessam, então, com facilidade, as piores notícias, os piores sentimentos... e a esperança vai longe.
Entretanto, como trabalhadores da última hora, nós, espíritas, aceitamos receber um Consolador prometido, que nos traz explicações consoladoras e esperança para o futuro.
Lembramos que somos trabalhadores da última hora, pois não conseguimos acordar espiritualmente nas encarnações anteriores, seja em religiões orientais, seja no catolicismo, como muitos exemplos que recebemos a saber: Emmanuel, Madre Teresa, Santo Agostinho, Irmã Dulce etc, assim como inúmeras almas abnegadas que ignoramos a existência. Com isto, o Consolador vem amparado pela mediunidade de muitos irmãos que a recebem como missão, e outros que a recebem como uma chance providencial da misericórdia divina para acordar de vez e caminhar no bem. Assim, as lutas dos desafios internos e a reforma íntima seguem de forma mais clara e resiliente dadas as possibilidades do entendimento maior.
Porém, já que estamos propensos às provas e expiações desta encarnação, nos perguntamos se temos a capacidade de avaliar uma obra de Deus, como a evolução deste planeta, tendo em vista nossos ainda grandes débitos para a vida. Seremos capazes de avaliar um mundo, se as provas e expiações que nos acometem durante a vida nos trazem sofrimentos, perdas e correções, que ainda temos que passar para evoluir? Ademais, não parece lógico que busquemos ter uma visão mais ampla do conjunto da obra, meditando a respeito, e procurando com vontade, para podermos encontrar Deus no comando?
Analisemos então na Humanidade, por exemplo, o problema da fome, que ainda aflige muitos neste planeta e veremos que Deus, através de muitos de seus benfeitores, tem reduzido esta provação no decorrer das décadas. Assim, ocorre também com diversos outros desafios que a Humanidade tem enfrentado.
Descrevemos abaixo a evolução de alguns indicadores entre 1820 até 2015, conforme informações do site Our World in Data:
- Extrema Pobreza: 94% da população em 1820, para 10% em 2015
- Educação Básica: de 17% em 1820, para 85% em 2015
- Alfabetizados: de 12% em 1820, para 85% em 2015
- Vacinação: de 0% em 1820, para 86% em 2015
- Mortalidade Infantil: 43% morriam até 5 anos em 1820, para 4% em 2015
Podemos entender, então, que nossa caminhada individual nesta encarnação é desafiadora, porém Deus na sua misericórdia oferta-nos um mundo melhor, mais ameno, para que tenhamos condições de nos regenerar. Ou será que a redução dos fatores acima não permite menor sofrimento às almas encarnadas?
Chico Xavier nos conta ainda no “Pinga Fogo”, programa de entrevistas da década de 1970, que os bons espíritos nos informavam que a Humanidade se encontrava no limiar de uma era extraordinária. Se não houvesse mais guerras mundiais e soubéssemos trabalhar nossos problemas internos coletivos das nações, sem entrar em guerra nos 50 anos seguintes, poderíamos esperar realizações extraordinárias no progresso do orbe.
O mundo regenerado vem sendo construído, peça a peça, alma a alma, e percebemos isto, por exemplo, nos diversos trabalhos de grupos mediúnicos de desobsessão, onde individualmente, problemas milenares vêm aos poucos e calmamente, sendo resolvidos em bases evangélicas. Muitos têm conseguido fazer ainda desta encarnação uma passagem melhor, resolvendo conscientemente problemas do passado pela resignação nas expiações, pelo trabalho no bem, e pelo entendimento da vida.
Aos poucos, expiamos os erros do passado para construir um mundo melhor. Divaldo Franco nos conta neste vídeo que o Brasil tem um carma como nação pela Guerra do Paraguai. Segundo ele, o próprio pagamento de royalties de Itaipu ao Paraguai é uma expiação pela destruição do país vizinho.
Cada um de nós, espíritas, possui ainda sua caderneta nos moldes essênios para burilar o interior, buscar o entendimento dos nossos sentimentos, nossos pensamentos e ações, adquirindo sabedoria sobre a interrelação destes três fatores em nós mesmos e avançando na reforma íntima, apoiando consequentemente nossos parentes, amigos e até inimigos nesta caminhada e tentando com isto melhorar nosso entorno, nossa sociedade.
Importante lembrarmos que Deus atua nas criaturas por elas mesmas, pelo próximo e pelas situações diversas. Portanto, como Deus pode nos utilizar nas suas ações? Como podemos entender o que Ele espera de nós e apoiarmos na transformação deste mundo?
Jesus nos ensinou que são bem-aventurados os mansos porque herdarão a Terra, ou seja, a mansuetude através da consciência tranquila, conquistada pela reforma íntima, pela fé e resignação nas expiações e provas suportadas com paciência. Dessa maneira, podemos estar mais tranquilos e abertos à sutileza das mensagens que nos chegam nas diversas formas de comunicação, e caminhar no bem galgando aos poucos um maior entendimento e utilização desta intuição.
Nesta jornada atual, encarnados ou não, transitamos pelas mudanças no orbe e passamos por um período fantástico de transição planetária que, como deveríamos já estar cientes, por ser Deus todo amor, será indescritivelmente cheio de esperança e realizações para cada um de nós e da sociedade.
Mas… quanto tempo durará esta transição? Vamos avaliar o que a ciência nos traz hoje e raciocinar a respeito conforme a projeção da figura abaixo.

Percebemos que a partir de meados do século passado, ou mais especificamente da 2ª Guerra Mundial, intensifica-se o crescimento populacional no mundo, partindo de cerca de 2 bilhões de habitantes para cerca de 8 bilhões em 2025 e estimado em quase 11 bilhões por volta de 2100.
Sabemos também, da bibliografia espírita, que esta transição planetária, para muitos, será a oportunidade derradeira na mudança de padrões de amor. Sim, o coração é a chave para avançar, não a inteligência. Ser inteligente e entender o mundo é um diferencial, mas apenas surte efeito quando desperta a sensibilidade do coração, do amor a Deus, para o próximo e para nós mesmos.
Assim, diversos livros nos trazem que os umbrais vêm sendo esvaziados e transformados em hospitais e os espíritos de lá vindo para encarnar, incluindo nós, espíritas. Mas, o interessante que podemos perceber é que muitos países já vêm apresentando redução populacional e por volta de 2100 o mundo como um todo, no balanço geral, deverá começar a reduzir a população.
Sabemos ainda que o planejamento reencarnatório é todo feito no plano espiritual, por exemplo, em cidades como Nosso Lar, e que a influência espiritual se dá na Terra bem mais do que imaginamos, conforme nos explica “O Livro dos Espíritos”.
Desta forma, podemos inferir que, se o planejamento espiritual está programando uma redução nas encarnações por volta de 2100, isto pode significar que o expurgo estará reduzindo e que a necessidade de novos corpos físicos já não se fará tão presente e o trabalho a partir daí não será principalmente de separação do joio e do trigo, mas de regeneração das almas que ficaram no orbe, vibrando um mínimo de amor, suficiente para permitir o processo de regeneração de toda a Humanidade.
Que nosso esforço pessoal e persistência em melhorar nos permita amar e que tenhamos paciência para entender que o tempo de Deus não é o nosso, e que suas contínuas mensagens de amor possam, aos poucos, serem percebidas, para participarmos mais e mais de sua criação.
Fiquemos com Deus.
Mauro Iwanow Cianciarullo é da Equipe de O Trevo