Como implementar metodologias ativas de ensino na EAE

As últimas edições de O Trevo abordaram os novos textos das aulas da EAE (Escola de Aprendizes do Evangelho), a sala de aula invertida e técnicas atualizadas de facilitação. Diante dessas mudanças, facilitadores e dirigentes podem se perguntar: como aplicar esse modelo no cotidiano da Escola?
A resposta começa pela compreensão do perfil dos alunos que chegam à iniciação. As turmas são compostas por pessoas com diferentes níveis de escolaridade. Muitas estão afastadas de uma sala de aula há anos. Apesar das diferenças, todas têm algo em comum: são adultas — e adultos aprendem de maneira distinta das crianças.
É nesse ponto que entra a andragogia. Criada em 1833 por Alexander Kapp, inspirado em Platão, essa abordagem valoriza a experiência e a autonomia do aprendiz. Carl Rogers reforçou essa ideia ao afirmar que ninguém ensina ninguém — apenas facilitamos o aprendizado do outro.
O papel do facilitador
Na EAE, o educador torna-se facilitador da transformação do ser. Isso exige uma prática centrada no aprendiz, baseada em vivências significativas. Afinal, adultos aprendem melhor quando os conhecimentos têm aplicação prática, relevância pessoal e respeitam sua autonomia.
Por isso, sugerimos que a facilitação comece a ser estruturada pelo objetivo da aula. Reflita sobre questões iniciáticas que conectem o conteúdo às experiências dos aprendizes. Em seguida, observe os principais pontos da aula e escolha metodologias ativas adequadas ao perfil da turma.
Para iniciantes, prefira estratégias simples: roda de conversa, perguntas em duplas, leitura compartilhada ou vídeos curtos seguidos de diálogo. Com turmas mais experientes, que já desenvolveram maior autonomia e autorregulação, é possível utilizar dramatizações, estudos de caso e a sala de aula invertida.
O mais importante é que a metodologia esteja sempre a serviço da vivência e da transformação do ser, respeitando o tempo, a trajetória e a autonomia de cada aprendiz. Ao preparar a aula a partir das experiências dos participantes, o facilitador amplia o sentido da iniciação e cria pontes entre o conteúdo e a realidade vivida.
Assim, o conhecimento deixa de ser um fim em si e passa a ser uma ferramenta para o despertar interior, em sintonia com a proposta formativa da EAE.
Lilian Rosa é da Equipe da EAE
Recados da EAE no CGI
A Equipe do Projeto EAE/FDJ (Escola de Formação de Dirigentes e Facilitadores) informou no último CGI (Conselho de Grupos Integrados) que a conclusão da atualização dos dirigentes já formados está prevista para finalizar neste ano e que os cursos de facilitadores devem ser concluídos até o final de 2027.
Também foi informado que seis turmas piloto com as novas aulas da EAE já estão em andamento em diversas regionais, com acompanhamento e coleta de avaliações (saiba mais na página 8). Estão sendo revisadas as aulas de 15 a 48 do livro “O Redentor”, mantendo os textos de Edgard Armond com atualizações históricas e científicas, além de conteúdos de transição entre o Curso Básico de Espiritismo e a Escola.
O grupo também trabalha na revisão dos testes de iniciação, atualização dos temas do caderno da Escola e na elaboração de um calendário de comunicação com o movimento.