Quem somos? 1º Censo da Aliança mostra perfil dos voluntários

A Aliança Espírita Evangélica (AEE) fez 50 anos no final de 2023. Entre os muitos projetos realizados para a comemoração da data estava o 1º Censo da AEE, uma pesquisa que tinha como objetivo conhecer o perfil dos voluntários das casas espíritas.

O período de preparação do material de coleta e da divulgação ocorreu entre junho e dezembro de 2022 e o formulário final ficou dividido em quatro partes:

  1. Sobre você: o objetivo era traçar o perfil, sem que o voluntário precisasse se identificar.
  2. Sua trajetória: foi solicitado que o entrevistado contasse desde a sua entrada na casa espírita e tudo que já fez em termos de trabalho.
  3. A Aliança: as perguntas dessa parte buscavam mapear o conhecimento e o envolvimento do entrevistado com o movimento da AEE.
  4. Sua evangelização: foi solicitado que cada respondente refletisse sobre o seu processo de reforma íntima.

No mesmo período, foram feitas reuniões, lives, vídeos e posts, além de encontros com a liderança do movimento para apresentação do questionário e incorporação de perguntas que julgassem importantes.

Todo esse movimento tinha um único objetivo: a sensibilização junto aos voluntários da sua casa para participação na pesquisa.

O questionário foi colocado no site da AEE em 1º de fevereiro de 2023 e o prazo das respostas, que iria até 30 de maio, foi prorrogado até 30 de junho de 2023.

Ainda durante o período em que o questionário esteve no ar, foram feitas mais divulgações (cards, lives, vídeos para WhatsApp) para tentar alcançar um maior número de respostas.

A pesquisa concluída e consistida teve 7.463 respostas (ou 62,3% dos 12.000 voluntários que foram contados no cadastro das Casas Espíritas de 2022).

Se tomarmos por base o cadastro, não podemos dizer exatamente que foi feito um censo. Um censo deveria garantir a resposta de quase todo o universo pesquisado. Mas os resultados são muito importantes, porque permitem a reflexão sobre o movimento espírita da AEE até o momento e permite repensar ações para seu crescimento e aprimoramento.

Os resultados

O perfil dos voluntários

A compilação dos dados indicou que os voluntários que responderam à pesquisa eram, na sua maioria, mulheres (73,43%), com mais de 46 anos (78,43%), brancas (72,60%), com alta escolaridade (ensino superior completo ou pós-graduação/mestrado - 62,94%) e com renda acima de 3 salários mínimos (54,76%).

Ainda, 80,83% dos respondentes residiam no Estado de São Paulo e 92,47% disseram ser voluntários frequentes de alguma casa espírita.

Como curiosidade, o censo do IBGE de 2022 mostrou que, no Estado de São Paulo, 51,8% da população era do sexo feminino, 40,95% se declararam pretas ou pardas e 64,8% tinham entre 15 e 59 anos, sendo que os jovens de 15 a 29 anos representavam 21,10% da população do Estado.

A trajetória do voluntário

Mais de 77% dos voluntários chegaram à casa espírita por meio de amigos ou família, e 67,36% começaram na Assistência Espiritual, 22,36% foram direto para a Escola de Aprendizes do Evangelho (EAE), 4,76% começaram na Evangelização Infantil, 2,09% na vivência doutrinária e 1,39% na Mocidade Espírita.

Entre os que responderam à pesquisa, 87,63% já terminaram a escola e 10,56% não concluíram a EAE.

Sobre os cursos que fizeram na casa espírita, o curso de passes (parte integrante do Curso de Médiuns) foi feito pela maior parte dos voluntários (84,31%), e 60,27% do total terminaram o de Médiuns.

Além disso, 35,04% concluíram o Curso de Entrevistador, 29,96% o de Preletor e 23,03% o de Expositor. Os demais cursos foram citados por menos de 15% dos respondentes (evangelização infantil, facilitador do Falando ao Coração, dirigente de escola, entre outros).

A principal atividade dos voluntários é aplicação de passes (54,71%), seguido de encaminhamento (29,25%), entrevista (28,98%), grupo mediúnico (24,08%), entre outras.

Em relação à EAE, 15,86% se declararam dirigentes, secretários ou assistentes, e 9,82%, expositores.

Recém-terminada a pandemia, 52,11% trabalhavam apenas presencial, 34,49% de modo presencial e online, 7,28% somente online e 3,93% responderam não ter retornado à casa.

Desafios

O diagnóstico da realidade é o primeiro passo para conhecer nossos desafios. Esses dados indicaram alguns desafios para o futuro da Aliança:

  • Como chamar os jovens para participar do movimento?
  • Como levar a evangelização para população de mais baixa renda?
  • Como difundir o movimento da Aliança entre os próprios voluntários das casas espíritas?

Que possamos todos refletir sobre essas questões.

Patricia Lino Costa e Geraldo José Costa são da Equipe do Censo Espírita

Infográfico do censo

O que vem pela frente

Agora que já temos os primeiros resultados, podemos pensar em outras ações que passam pela divulgação ampla dos dados do censo, discussão dos resultados com cada equipe de trabalho e pesquisas qualitativas mais aprofundadas.

Abre-se a possibilidade de se fazer uma pesquisa com os que saíram do movimento e da casa espírita para entender as razões da saída.

Outra possibilidade é fazer pesquisas qualitativas (grupos focais, entrevistas) junto aos principais trabalhadores da Mocidade, Evangelização, Mediunidade, Assistência Espiritual e da EAE, com vistas a conhecer mais as percepções dos trabalhadores, os desafios enfrentados e as possibilidades de renovação e realinhamento das ações em cada trabalho.

Todas essas frentes fortalecerão o movimento e as ações da AEE para os próximos 50 anos.

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